Desde que o ChatGPT, da OpenAi, viralizou pela primeira vez, a inteligência artificial generativa continua a conquistar novos espaços por causa da revolução que promete causar no mercado — na verdade, esta já começou. Nos últimos três meses, investimentos em startups desta área atingiram cifras bilionárias, algo perto de US$ 4 bilhões (22,5 bilhões de reais), beneficiando 206 negócios, quase todos dos EUA. Tudo indica que a história é bem mais do que uma onda, sem risco de recuo por hora, como apontam os dados dos últimos três meses.

No terceiro trimestre deste ano, os fundos de venture capital (VC) investiram US$ 3,9 bilhões (quase 22 bilhões de reais) em startups de IA generativa, segundo levantamento da PitchBook. Esta conta não considera as rodadas mais recentes que a OpenAI recebeu de investimentos, que também ultrapassaram os bilhões de dólares.

A aposta bilionário na IA generativa segue mês após mês com o retorno aguardado em setores grandes e lucrativos do mercado. Mesmo que, no momento, as operações ainda estejam longe do azul. A própria OpeanAI planeja aumentar o valor da assinatura mensal para, entre outras coisas, equilibrar os custos.

Além disso, outras importantes questões sobre o uso da IA generativa estão em aberto, como a alta demanda por energia para alimentar os data centers e a regulamentação (ainda é debatida em muitos países).

Startups que concentram investimentos

Entre as cinco startup de IA generativa que se destacaram no valor arrecadado junto aos investidores nos últimos três meses, estão:

  1. Magic (estadunidense), que recebeu US$ 320 milhões (1,8 bilhões de reais) em agosto;
  2. Moonshot IA (chinesa), que recebeu US$ 300 milhões (1,6 bilhões de reais) em agosto;
  3. Glean (estadunidense), que recebeu US$ 260 milhões (1,4 bilhões de reais) em setembro;
  4. Sakana AI (japonesa), que recebeu US$ 214 milhões (1,2 bilhões de reais) em agosto;
  5. Hebbia (estadunidense), que recebeu US$ 130 milhões (732 milhões de reais) em julho.

Questão energética da IA generativa

A IA generativa segue encantando os investidores com as possibilidades e o retorno que devem garantir no futuro, mas, agora, ainda existem algumas questões práticas, comoo custo energético.

Em média, os data centers necessários consomem de 5 a 20 vezes a quantidade de energia que o data center “normal” consome. Toda essa demanda extra pode manter as usinas de carvão em atividade, contribuindo com a emissão de gases do efeito estufa e com o aquecimento global. É o oposto da esperada transição energética com o fim dos combustíveis fósseis.

De forma paralela, em busca de novas formas de alimentar as suas operações, grandes empresas anunciaram recentemente investimentos em outros modais de energia para reduzir o impacto. São os casos da Microsoft, Amazon, Google e Oracle na energia nuclear. Entretanto, ainda é cedo para saber como vão se sair nessa mudança.

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